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sábado, 1 de dezembro de 2007

No olhar...

Brincar de amar é um risco, quando os olhos se cruzam e você percebe seu próprio reflexo; você sente um frio esquisito que dá na barriga e fica sem reação. Tenta parar de olhar, mas aqueles olhos redondos, brilhantes continuam te fitando, você quer falar mas não consegue, você quer tocar, mas tem medo de estragar. Nem importa as horas, pode o dia estar até nascendo, nem tem problema, porque ficar ali é bom. Por um segundo, você consegue até sentir a respiração dela, pensar o pensamento dela sem tirar os olhos dos olhos dela. Daí o teu semblante muda, você percebe que não está mais brincando e que a sua admiração transformou um sentimento numa fração de segundos. Você nota que aqueles olhos que você vê, também vêem os seus e as tuas mãos geladas parecem encontrar companhia ao pegar nas mãos geladas dela. Dá pra sentir que ama e também dá pra sentir que é amado. Nesse momento dá vontade de chorar , mas também da vontade de rir, então você fica quieto e fecha seus olhos e quando abre, aqueles olhos ainda estão ali, olhando pra você, mas não é como antes. Agora você não quer mais olhar. Porque de paixão virou amor e se olhar de novo, vai virar o que?
(Fabrício André da Costa)

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